Agência Brasileira de Notícias - DF
26/05/2010 - 07:13
Marina Silva promete controlar os gastos públicos de custeio
A senadora do PV alertou para o risco de um “apagão logístico” no país e afirmou que o governo não tem um programa eficaz de melhoria de infraestrutura, mas “uma colagem de obras”
Da Redação José Paulo Lacerda/CNI
Senadora criticou o controle da inflação com juros Brasília
Limitar os gastos públicos de custeio à metade da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é uma das medidas a serem tomadas por Marina Silva, caso seja eleita presidente da República pelo Partido Verde. O anúncio foi feito nesta terça-feira, 25 de maio, pela pré-candidata no Encontro da Indústria com os Presidenciáveis, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no qual foi aplaudida várias vezes.
A senadora do PV alertou para o risco de um “apagão logístico” no país e afirmou que o governo não tem um programa eficaz de melhoria de infraestrutura, mas “uma colagem de obras”. Em sua opinião, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “é uma gestão de obras”.
Sorteada como última dos pré-candidatos presidenciáveis a participar do encontro com os empresários no auditório da CNI, depois de Dilma Rousseff e José Serra, pela ordem, Marina Silva criticou a utilização da política monetária como o principal instrumento de controle da inflação, prevalecendo sobre a política fiscal. “Toda vez que há ameaça de inflação, elevam-se os juros, prejudicando os investimentos, quando diminuir os gastos públicos também controla a inflação e ajuda a competitividade”, declarou.
Voltou a defender a criação de uma Constituinte exclusiva para votar as chamadas reformas estruturantes, mencionando a reforma tributária e a reforma política, e defendeu o diálogo permanente com todos os partidos para promover as mudanças de que o país necessita.
Indagada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Carlos Silva, que defendeu a conclusão da rodovia BR-319, de 880 quilômetros, ligando Manaus e Porto Velho, a pré-candidata do PV disse se manter contrária à obra, que, na sua visão, causará grandes danos ambientais. “Não vou mudar minha posição porque sou candidata à Presidência da República”, completou. Segundo ela, a hidrovia do Rio Madeira e a pavimentação da BR-163, entre Cuiabá, no Mato Grosso, e Santarém, no Pará, substituem a BR-319 no transporte de mercadorias.
Em entrevista à Imprensa após o debate, a pré-candidata do PV se declarou contrária também à revisão do Código Florestal, como estabelece projeto em tramitação na Câmara dos Deputados, e ao que chamou de omissão do governo brasileiro à violação dos direitos humanos pelos regimes de Cuba e do Irã